terça-feira, 20 de abril de 2010

A Italia de Kafka

Lugar A

D- oi, eu quero este chocolate

M- esta bem. va ao banco e faca um deposito de 150 euros

D- ok.

......

D- oi, eu quero este chocolate. aqui esta o comprovante do deposito.

M- so um minuto... H, esta menina quer este chocolate. aqui esta o comprovante do deposito dela.

H- mas por que ela fez este deposito?

M- porque ela quer o chocolate

H- mas ela nao pode! D, por que vc fez este deposito?

D- Porque quero este chocolate!

H- Mas voce nao pode comprar este chocolate! Ele eh so para estrangeiros!

D- Mas eu sou estrangeira!

H- mas voce tambem eh italiana. Nao pode.

D- Como pego meu dinheiro de volta?

H- Vai no lugar B.

Lugar B

D- blablabla dinheiro de volta

X- nao eh aqui. liga no lugar C e pergunta como vc faz.

Lugar C, por telefone

Y- Senhorita D? Recebi seu fax e email, e investigamos o seu caso. A senhorita deve se dirigir a um lugar chamado A, e pedir o seu dinheiro a um senhor chamado H.

D- Mas ja falei com o senhor H. Ele disse para eu ir pro lugar B, que disse pra eu falar com voces.

Y- Bom, eu nao posso te dar o seu dinheiro. So posso te dizer o que voce deve fazer. E voce deve falar com o senhor H, do lugar A.

D- Mas este senhor H, do lugar A, me mandara ir ao lugar B, que me mandara falar mais uma vez com voce, que me dira para falar com o senhor H... e assim a historia nao acabara nunca.

Y- Eu posso te mandar um email explicando o que ja expliquei. Nao posso fazer nada a mais.

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bye, bye, 150 euros...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Olha a chuva

Olha a chuva, olha a chuva
Olha o sol
Olha o dia a lançar serpentinas
Serpentinas pelo céu, sete fitas coloridas
Sete vias
Sete vidas, avenidas, prá qualquer lugar
(Chico Buarque)

Fica assim, um tempão sem chover. Um tempão assim. Coisa enlouquecedora, atentado à vida.

Mas quando começa a chover, também não para, não para mesmo, de jeito nenhum. E eu não sei o que é mais enlouquecedor, mas com chuva é um enlouquecedor bom demais. Eu me transformo em gota, sem saber muito bem onde vou cair, onde devo cair, quando vou cair, se quero cair, e o que acontecerá comigo no momento em que eu cair. E essas questões vêm, sim, e me deixam pirada, pensativa, reflexiva assim, desse jeito. Mas respondê-las não me importa, ou melhor, eu até tento, mas a resposta é como se nem interessasse, contanto que eu possa continuar assim, sendo gota.

E todas as coisas do mundo começam a aconter meio que ao mesmo tempo, boas e ruins, mas aquela sensaçãozinha que fica é sempre boa. Provas, lições, trabalhos, responsabilidades, imprevistos, falta de tempo, doenças, doenças, doenças...

Nada importa. Eu estou lá, na chuva, ao vento, uma gotinha no céu. Sem nem saber que raios seria um deserto.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O meu pai (ou: O grande incentivador)

- Pai!

- Hã?

- Ganhei um milhão na loteria!!!

- Oi?

- Ganhei um milhão na loteria!!

- Você jogou na loteria?

- É!!! Ganhei!!

- Quando?

- Ah, semana passada, pai! Mas eu ganhei! To milionário agora!

- E por que você quer tanto ser milionário?

- Ah, sei lá, mas agora eu sou!!

- Mas se você nem sabe o que você quer com um milhão, por que você jogou?

- Porque é bom ter dinheiro, né? Posso viajar, posso comprar um carro...

- Mas você pretendia viajar? Ou comprar um carro?

- Ah... Eu gostaria. E também podemos mudar de apartamento... Você sabe que uma parte do dinheiro vai pra você, né?

- Sei, quero dizer, agora eu sei, mas eu ainda não entendi isso. Da onde surgiu essa loteria, por que você jogou...? Esse dinheiro...?

- Pai: perto e casa tem uma loteria. Eu resolvi tentar essa vez. E funcionou! Aí eu ganhei um milhão. E ter um milhão é bom, porque nossa vida vai ser melhor. Você mesmo não queria comprar uma TV de LCD? Então! Fica feliz!

- É... sei lá. Você é que sabe.

- Ta. Boa noite.

- (Mudando o canal da TV) Ah, tá, boa noite.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O que foi que eu fiz?!

Eu errei. Errei feio. Ganhei leitores e depois perdi assim, rapidinho, como se nem fosse importante.

Enfim, o que posso dizer? Fase nova, rotina nova. Não justifica totalmente. Sou preguiçosa também. agora só posso tentar de novo. E vou! Não todo dia. É impossível (eu consegui todas aquelas optativas que a usp não quis me dar! - ainda existem bons e caridosos professores!) Mas vou tentar escrever. Mais.

(fiquei tão atrapalhada que nem desmudei a descrição do blog. Parecia que gostava mais de apurar do que de escrever.. há! parece...)

Bom, então, já que estou aqui, vou escrever. E já que estou fora da ficção, continuarei assim. Agora. (se bem que ficcionar isso não seria nada mal...)

Este texto se chama:
Recado a jovens estudantes brasileiros do século XXI

A ditadura militar foi um período difícil. Os jovem PRECISAVAM sair às ruas se quisessem mudar alguma coisa. Havia censura, e forte. Havia repressão.

Os estudantes então se organizavam para lutar contra isso. ISSO. A ditadura. Uma coisa. Específica. Todos queriam lutar contra a ditadura. Não tinham, misturado na manifestação, cartazes com "não fumem no xerox", "Viva o MST", "Abaixo o capitalismo".

Sacaram onde quero chegar? Não, não quero dizer que sou a favor do capitalismo e a favor do cigarro no xerox. Quero dizer duas coisas:

1) Não é porque os nossos pais tiveram que ser militantes para mudar o país que é errado nós não sermos! Não acho que tudo esteja perfeito, mas ter que discutir algum problema todo santo dia cansa. E não leva a lugar nenhum.

2) Mesmo que exista algo pelo quê se lutar, não se misturam lutas! E o principal motivo - mas não único - é que não se consegue adesão assim. Quero dizer: querem lutar contra os cortes de verbas das universidades? Beleza. Mas não enfia no meio do movimento um cartaz exigindo a distribuição de terras. Simplesmente não tem a ver! E alguém que for a favor de um e contra o outro? Não vai aderir! Não sei nem quem foi o ser que achou que isso fosse dar certo. Uma coisa é a educação. Outra, a distribuição de terras. Mesmo que, no fundo, bem no fundo, um interfira no outro, não acho que seja adequado debater os dois temas em UMA assembléia de... 3 horas?!

Bom, já foram muitos pontos de exclamação, e eu não curto muito isso de reinvindicação via blog. Só tava entalado mesmo... Prometo que em breve (breve!) escrevo ficção.

Até!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Back!

Não exatamente falhei com minha promessa. Disse que retornaria em fevereiro, e aqui estou.

Mas hoje não vou começar com ficção. Começarei com um desabafo sobre como anda minha vida:

- Estou formada em jornalismo

- Estou matriculada em letras

- Não tenho trabalho e nem estou interessada em me desdobrar para encontrar um

- Quero começar uma iniciação científica mas não sei por onde começar e os professores da USP não estão me ajudando

- O sistema de matrícula da USP me ferrou e por causa das minhas péssimas notas de estudante de tripla graduação (jornalismo, português e italiano) não consegui nenhuma das optativas que eu queria

- Ainda não sei o que será do blog. Penso por enquanto que escreverei uma vez por semana. Quero começar a escrever um livro infantil, e talvez me obrigar a usar o tempo do blog no livro seja uma boa idéia.

Por enquanto é só!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

De férias

Vocês devem ter reparado: estou de férias. Volto em fevereiro...

Bom verão!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Só em São Paulo...

acontece de alguém sair de casa às 19h para a aula das 19h30, andar dois quarteirões com o carro, perceber que não dará tempo de chegar na aula, começar a voltar para casa, abastecer o carro e, mesmo assim, chegar em casa às 20h.

OU...

Só em São Paulo se leva uma hora entre sair de casa, abastecer o carro na esquina, e voltar para casa.