quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Garganta seca

A- Me traz uma copo de água

B- Não.

A- Não?

B- Não.

A- Por que?

B- Porque eu deveria te trazer?

A- Porque eu tenho sede.

B- Pois eu também tenho sede.

A- Está bem, então traga dois copos de água.

B- Não.

A- Por que?

B- Por que eu deveria trazer?

A- Porque nós dois temos sede. Então um copo vai para mim e outro vai para você.

B- Mas eu não quero um copo.

A- Não tem sede?

B- Tenho.

Pausa

A- E não quer água?

B- Não sei.

A- O que você quer?

B- Eu?

A- É, você.

B- Eu não quero nada.

A- Mas não tem sede?

B- Tenho. (pausa) E você?

A- Eu também. Por isso te mandei buscar o copo de água.

B- Pois eu não vou buscar.

A- Vai ficar com sede?

B- Você também.

A- Não se importa de ficar com sede?

B- Não sei.

A- Aposto que se importa.

B- Já volto.

A- Onde vai?

B- Buscar água.

A- Finalmente.

...

A- Ué?! Cadê minha água?

B- Sua água?

A- A água que você ia buscar.

B- Ia não: fui.

Pausa

A- A água que você foi buscar.

B- Ah.

A- E então?

B- Bebi.

A- Bebeu?

B- É.

A- Por que?

B- Porque eu tava com sede.

A- Mas eu também estou com sede!

B- É ruim, né?

A- O quê?

B- Ter sede.

A- É. Agora vai me buscar água.

B- Agora?

A- É?

B- Por que?

A- Porque ainda estou com sede.

B- Coitado.

A- A água!

B- Onde?

A- Na cozinha, oras!

B- O que tem?

A- Eu quero.

B- O quê?

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