segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Neve no Reino da Morangolândia

Fazia sol no Reino da Morangolândia. Um sol gostoso. Suave, com sombra e água fresca.

As crianças-morangos brincavam de roda, enquanto os pais-morangos estavam deitados sob o sol para ganhar uma cor. Afinal, todos sabem que, quando se trata de um morango, quanto mais vermelhinho, melhor.

Então, como acontecia de tempos em tempos, a Grande Mão acolheu alguns e levou-os para serem banhados no Grande Rio Com Cachoeira.

Os escolhidos ficaram em estado de êxtase! Sempre quiseram ir banhar-se no Grande Rio Com Cachoeira. Era verdade que os que iam jamais voltavam. Mas e daí? A vida de um morango não é longa mesmo... Eles queriam mais era aproveitar e se jogar em tanta água.

E agora era a vez deles. Mergulharam e, então, foram levados para outro vale, bem pequeno, onde ficaram uns sobre os outros. De pé, cabeça para baixo, deitados, de cócoras...

De repente, sem mais nem menos, começou a nevar. Neve no Reino da Morangolândia! Isso nunca havia acontecido! E era uma neve tão docinha, mas tão docinha... até parecia açúcar. Os morangos começaram a sugar a neve, e só caía mais. Mais e mais, até que ficaram todos soterrados.

Sentiram então um estranho tremor, e um grito do Morango-Ligeirinho. Olharam para cima. Morango-Ligeirinho estava sendo levado para cima por um gigante prateado de quatro pernas, que nunca antes haviam visto. As pernas do gigante tinham perfurado o corpo do colega, que agora era dirigido à entrada de uma caverna escura, que se fechou tão logo ele entrou.

E, de um em um, todos os morangos foram perfurados pelo gigante e levados à caverna, que se abria e fechava a todo instante.

Ninguém nunca mais os viu, mas, até hoje, todos os morangos da Morangolândia esperam pelo dia de mergulhar no Grande Rio com Cachoeira.

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