quinta-feira, 26 de junho de 2008

Primeiro encontro

Estava certa de que seria incapaz de trair o marido. Ainda mais porque nem haveria ocasião para encontrar-se com Gustavo novamente.

Mas a oportunidade não tardou a aparecer. Duas semanas depois, Gustavo foi buscar Dona Inês na aula. Ela tinha médico. Mas justo a Dona Lourdes, uma colega, morava exatamente na rua do médico.

- Ângela, vou de carona com a Dona Lourdes. Quando meu filho chegar diga isso a ele, que não é preciso se preocupar.

- Não é melhor ligar para ele?

- Não, porque se não ele vai dizer que não, que ele me leva, que não confia em mim...

- Está bem.

Gustavo chegou dois minutos depois que Dona Inês partia. Encontrou Ângela. Sorriu. Ela deu o recado. O sorriso desapareceu.

- Bom... Já to aqui... Toma um café comigo?

- É... Claro, por que não?

Foram tomar um café. Ângela não acreditava como era possível um homem tão bonito, filho tão dedicado, tão inteligente, tão simpático... Não ser casado. Queria tê-lo conhecido antes. Precisava de um amigo assim. Tão bom ouvinte. Era tão preocupado. Olhava nos olhos quando falava. E como falava. E a boca. Devia beijar tão bem, se ao menos pudesse se aproximar mais de seus lábios e. Não. Que é isso, Ângela. Comporte-se. Você é uma mulher casada, tem filhos...

- Está tudo bem? Você ficou pálida de repente.

Ah, e como ele repara nas emoções de uma mulher.

- Está. Só acho melhor eu ir embora.

- Bom, você que sabe. Mas aí você vai ter que aceitar tomar outro café comigo, porque não aceito programas terminados na metade.

- É que... Eu sou casada, e meu marido...

- Seu marido não deixa você tomar café com um amigo? Ah, duvido! Vamos sair de novo sim. Semana que vem. No mesmo horário.

- Está bem.

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