terça-feira, 23 de setembro de 2008

Trauma solucionado

Desde pequena, tenho aversão a dois alimentos: ovo e maionese. Ovo menos – se minha sobrevivência dependesse de comer um ovo, eu comeria. Quanto à maionese... já não tenho tanta certeza.

Foi engraçado como o tempo foi passando e a aversão à maionese só aumentava. Cheguei a experimentar ovo cozido – que não chegou a ser engolido – e mexido – não é tão mal assim. Mas, se quando pequena eu adorava comer patê de atum, gosto adquirido antes da aversão, na adolescência passei a só comer depois de esquentar, porque assim a maionese “desaparecia” um pouco. Hoje não como mesmo.

Se caía um pouco do negócio na minha mão, lavava com água corrente, sem esfregar uma mão na outra para não comprometer a limpa. Sim, chegava a esse ponto.

Minha mãe já quis que eu conversasse sobre isso na terapia. Mas meu pai achava que era só frescura. Mesmo assim, não me obrigaram a experimentar, mesmo porque, era como eu dizia: Maionese não faz bem pra saúde. É até bom ter aversão.

Depois de um tempo, descobri que não era só a maionese em si que me dava nojo, mas uma série de produtos de consistência parecida, como requeijão, iogurte e patê a base de ricota. Fiquei um bom tempo da minha vida sem coragem de comer essas coisas, mas hoje não tenho muito problema com isso – basta me certificar de que não há maionese na composição. Só o iogurte natural que até hoje não consegui experimentar – a semelhança é muito grande!

Buscando uma teoria para explicar a bizarrisse da filha, minha mãe lembrou de como, quando eu era bem pequena mesma, eu tinha nojo de bebês, porque eles regurgitavam. Achei até que fazia sentido, mas recentemente achei uma explicação bem melhor: foi um filme de terror que assisti bem pequena, na Sessão da Tarde, chamado A Coisa.

A Coisa tratava sobre uma substância branca e gosmenta que todos achavam deliciosa, mas que, não só era viva, como matava quem a ingeria. E lembro particularmente de uma cena em que as pessoas a ingeriam como se fosse iogurte. Pronto, só pode ser isso.

Lógico que não há certeza nenhuma, mas, depois de lembrar do filme, acho até que comeria maionese se minha sobrevivência dependesse disso...

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